segunda-feira, 19 de outubro de 2009

EZEQUIAS

EZEQUIAS

Leitura bíblica ( 2 Reis capítulos 18 ao 20 )

Ezequias era um homem de grande visão, além das reformas espirituais que ele fez em Israel, o que lhe valeu o titulo reformador espiritual de todos os reis ( 2 Reis 18.5 ). Como político ele foi astuto e calculista o que favoreceu grandemente a nação de Judá, pois apesar de estar na lista negra da Assíria e vários vizinhos seus já haviam sucumbido ante o poder assírio.

Ezequias sempre conseguia manter alianças com outros inimigos de Assíria. Os espiões assírios haviam percebido o seu jogo e informado Sargão II detalhadamente sobre as negociações secretas de Ezequias com o país do Nilo. Depreende-se isso do texto de um fragmento prismatico:

“A Filisteia, Judá, Edom e Moabe que mandaram planejavam atos de inimizade, maldades sem conta... que, a fim de inimiza-la comigo, ao faraó, rei do Egito... presentes para homenageá-lo e procurando induzi-lo a fazer parte de uma aliança ...”


Ezequias também ficou conhecido através das Escrituras por causa da sua cura maravilhosa. Ele caiu doente (Uma espécie de abscesso) e chegou a ser desenganado pelo profeta Isaias, porém, a bíblia diz que ele orou a Deus e o Senhor ouvindo a oração de Ezequias ordenou que o profeta voltasse e falasse que ele iria viver, e mesmo sendo sua enfermidade aparentemente incurável, com uma simples pasta de figo ele foi curado.

Em 1939 descoberto fragmento de um livro na cidade marítima de Ugarat datado por volta de 1500 ªc. no qual havia instruções medicas ate para curar cavalos com ungüento de figo e passas. O nome desse remédio é chamado de “DEBELAH’ e inclusive ainda hoje é usado por médicos suíços que receitam figos picados embebidos em leite”.

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Uma história de milhares de anos :

"Eis que reinará um rei com justiça, e dominará os príncipes segundo
o juízo. E será aquele homem como um esconderijo contra o vento, e
um refúgio contra a tempestade, como ribeiros de águas em lugares
secos, e como a sombra de uma grande rocha em terra sedenta."
Isaías, 32: 1-2


Acredita-se que o jarro acima, com um selo que
representa um besouro de asas abertas, tenha
pertencido ao rei Ezequias (foto: Rui Schwantes)



Acredita-se que o jarro acima, com um selo que
representa um besouro de asas abertas, tenha
pertencido ao rei Ezequias (foto: Rui Schwantes)






Ezequias foi um dos mais importantes monarcas de Judá. Ele governou a região na transição entre os séculos 8 e 7 a.C e tinha 25 anos quando se tornou rei no lugar de Acaz, seu pai. Entre seus atos como imperador destacaram-se a reabertura do templo de Salomão, fechado desde o governo anterior, a restauração da festa de Páscoa como feriado oficial no calendário judeu, o enfrentamento dos exércitos assírios e a implementação de uma série de reformas em Jerusalém, que culminaram na construção do túnel de Siloé.

Até então, tudo o que se sabia do túnel vinha do estudo das inscrições contidas em sua parede. A construção só teve sua idade determinada graças à combinação de duas técnicas de datação.

A primeira é a análise do carbono, que consiste na queima de partes orgânicas encontradas junto a um objeto -- pedaços de planta ou ossos, por exemplo. O método permite saber o percentual aproximado desse elemento num organismo comparado com a época em que ele era vivo.

Isso só é possível porque, quando morremos, nosso corpo pára de trocar carbono com o ambiente -- o que, durante a vida, ocorre por meio da respiração. Com a morte, a quantidade de carbono diminui gradualmente em quantidade previsível. Assim, é possível estimar com boa dose de precisão a ’idade’ de um achado, desde que ele apresente resquícios orgânicos.

No caso em questão, a dificuldade dos arqueólogos, até aqui, era encontrar esses vestígios, já que o túnel estava revestido por uma camada grossa de reboco. O bloqueio só foi vencido com a perfuração da parede em diversos pontos, que permitiu encontrar fragmentos de planta em ótimo estado de conservação.

Esses fragmentos foram submetidos à datação de carbono e seus resultados confirmados com o auxílio da técnica de datação radiométrica, em que elementos radioativos como o tório e o urânio sensibilizam partes do material orgânico. As análises demonstraram que, pela quantidade de carbono remanescente, era possível afirmar que a planta e, portanto, o túnel eram mesmo de, aproximadamente 700 anos a.C.

Outros métodos de datação muito adotados são a estratigrafia -- determinação da idade de um local pela quantidade de camadas uma sobre a outra, supondo-se que cada uma delas tenha sido formada em uma época diferente --, a seriação -- avaliação de objetos encontrados juntos, mas pertencentes a épocas distintas -- e, finalmente, a paleografia -- análise comparativa do estilo de escrita encontrada em uma superfície.

O trabalho dos pesquisadores israelenses remete à arqueologia bíblica, ramo da ciência que se vale de objetos achados em escavações para verificar a existência de personagens e cenários descritos nas escrituras. Além do túnel de Siloé, ela já identificou outros fatos e objetos descritos na Bíblia, como o caixão de Tiago, o código de Hamurabi e a existência de Pôncio Pilatos, que teria ordenado a crucificação de Jesus. As evidências estão catalogadas em museus de países como EUA, Inglaterra, Turquia e o próprio Brasil.

Na conturbada relação entre ciência e religião, a arqueologia bíblica aparece como um interessante caminho para aproximar esses dois campos historicamente tão divergentes. Que o diga Galileu.

Rafael Barros
Ciência Hoje On-line
18/09/03

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